domingo, 27 de julho de 2025

Reinventa-me!

Simplesmente assim:


Na noite escuŕa em que uma estrela cadente

Reúne energias e mergulha no meu Universo,

Crio coragem e suplico: reinventa-me!

Faz-me novo, como a primeira explosão

De onde despontaram todos os astros.

As luzes que cravejam os céus têm o gosto de Infinito,

Onde as lágrimas brilham como coisas almejadas

E suspiram com a energia desamparada de um soluço.

 

O Criador moldou o ser humano 

Reunindo fragmentos das estrelas.

Razão para olhar bem no fundo dos teus olhos,

Onde permanecem resquícios de profundezas insondáveis.

Recriar-me é redescobrir os propósitos que alimentei 

E, com o tempo, deixei escorrer pelas teias do destino.

Desejava escrever meu nome por entre as estrelas,

Mas apenas o fiz por sobre as areias.

Ao invés de cada letra faiscar como um luzeiro,

Apenas viveram fugidias como sonhos irrealizados…

(Com imagem gerada pela IA Gemini)

sábado, 26 de julho de 2025

“O Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien

Leituras e lembranças:

"O Senhor dos Anéis" é uma obra-prima da literatura fantástica, escrita por J.R.R. Tolkien, que transcende gerações com sua rica mitologia e temas profundos. A história se passa na Terra Média, um mundo habitado por humanos, elfos, anões, hobbits e orcs. O enredo principal gira em torno da Guerra do Anel, um conflito monumental contra o Senhor do Escuro Sauron. Séculos antes dos eventos da trilogia, Sauron forjou o Um Anel, um objeto de imenso poder capaz de controlar todos os outros Anéis de Poder e, consequentemente, dominar a Terra Média.

O Anel, perdido por muito tempo, é encontrado por Bilbo Bolseiro (em "O Hobbit") e passa para seu sobrinho, Frodo Bolseiro, um hobbit pacato do Condado. O mago Gandalf revela a Frodo a verdadeira e perigosa natureza do Anel: ele busca retornar ao seu mestre, Sauron. Para evitar que Sauron recupere seu poder total, o Um Anel precisa ser destruído. A única forma de fazer isso é jogá-lo nas chamas da Montanha da Perdição, em Mordor, o domínio de Sauron.

Frodo assume a difícil e perigosa missão de destruir o Anel. Ele parte em uma jornada árdua e cheia de perigos, acompanhado por uma Sociedade do Anel formada por nove companheiros representando as raças livres da Terra Média: hobbits, humanos, elfos, um anão e o mago Gandalf. Ao longo da jornada, a Sociedade se desfaz, e Frodo e Sam seguem sozinhos, enfrentando a corrupção do Anel e a ameaça constante de Gollum, uma criatura que foi corrompida pelo Anel séculos antes e agora o deseja de volta obsessivamente.

Paralelamente à jornada de Frodo e Sam, os outros membros da Sociedade se envolvem em grandes batalhas, como a Batalha do Abismo de Helm e a Batalha dos Campos de Pelennor, liderando a resistência contra as forças de Sauron e seus aliados. O destino da Terra Média repousa nos ombros de Frodo e Sam, que, com grande sacrifício e determinação, conseguem chegar à Montanha da Perdição e, no clímax da história, destruir o Um Anel, derrotando Sauron e restaurando a paz na Terra Média.

"O Senhor dos Anéis" é muito mais do que uma simples história de fantasia. É uma obra com uma profundidade imensa, rica em simbolismo e temas que ressoam com a experiência humana. Onde se aborda a luta entre o bem e o mal, coragem e heroísmo, amizade e lealdade, natureza e industrialização, morte e imortalidade, O poder e a corrupção. "O Senhor dos Anéis" não é apenas um marco na literatura fantástica; é um fenômeno cultural. 

Sua influência pode ser vista em inúmeras obras de fantasia que vieram depois, desde livros e filmes até jogos e outras mídias. Tolkien criou um universo tão detalhado e consistente que a Terra Média se tornou um lugar quase real para muitos leitores. Sua construção de línguas, mitologias e culturas estabeleceu um novo padrão para a criação de mundos de fantasia. A obra fascina e inspira, oferecendo não apenas uma aventura emocionante, mas também reflexões profundas sobre a moralidade, a responsabilidade, o sacrifício e a capacidade do indivíduo comum de fazer a diferença em um mundo em crise. (Pesquisa e imagem com auxílio da IA Gemini).

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Lembram do “troar dos canhões”?

Artigo da semana:

A indústria armamentos foi a que, sem sombra de dúvida, mais cresceu nos últimos anos. Sendo a disputa entre fronteiras ou mesmo guerras internas, a animosidade foi insuflada dissimuladamente ou, até, de forma explícita, com jogadas de marketing que colocaram no cenário internacional supostos líderes que se mostraram fantoches dos “senhores da guerra”.  Falar de Trump, Putin, Netanyahu (entre outros) é falar de homens que se aproveitam da fragilidade política da população, cansada de políticos oportunistas e que se convencem de que estes têm “punho forte” para estancar a sangria em que vivem as democracias.

As guerras, assim como os desmandos administrativos e políticos, tornaram-se a normalização. Como existem conflitos todos os dias, assim como escândalos de mau uso dos recursos públicos, o homem (e a mulher) comum assimila como se fizesse parte do quotidiano. Até parece estranho quando não se tem “novidades” a respeito. Sem que se dê conta de que, na beligerância ou na sangria dos cofres públicos, quem perde é o próprio cidadão que vê minguar - e piorar - serviços de saúde, educação, transporte, moradia…

Não há justificativa para a guerra ou qualquer outro tipo de violência. Inclusive as que degradam o sentimento de humanidade. A morte em massa ou por ausência de um estado socialmente responsável mostra o quanto se falhou em alcançar os mínimos direitos para todos. Infelizmente, os citados podem ser considerados os “senhores do mal” que, como a maioria dos políticos, apenas pensam no eleitor quando precisam do seu voto. 

Na atualidade, alguém que grite pela paz, justiça e solidariedade não existe. Silenciados ou omissos, sem força para se contrapor. O papa Francisco foi o último. O que lhe valeu, ainda hoje, a pecha de que era “comunista”, por bradar pela Doutrina Social da Igreja. Leão XIV apenas “engatinha”, ainda respondendo de forma burocrática e pautada por “sensibilidades” diplomáticas.

Lembram do “troar dos canhões”? Pois as guerras maquiaram até o troar dos canhões, de tal forma que se tornaram conflitos assépticos. Os cadáveres são devolvidos embalados e, nos conflitos causados pela violência ou a fome, os corpos desaparecem nos necrotérios. Disputas internacionais sempre foram alimentadas por vaidades e interesses econômicos. Na ponta do lápis, torcer por “a” ou “b” é apenas fazer parte da grande massa que se deixa manipular. Sem compreender que se joga na fogueira o futuro dos nossos filhos e das gerações que ainda sequer despertaram para a vida… (Imagem gerada pela IA Gemini)

domingo, 20 de julho de 2025

O derradeiro acalento

Simplesmente assim:

Há um recanto na casa onde 

O derradeiro raio de Sol alenta um espírito

Inquieto, que contempla os estertores do entardecer.

Ali, o silêncio segue o ritmo

Marcado pelo murmúrio do vento, 

Embalando as folhas das janelas, 

Na música que faz trilha aos devaneios. 

Mãos cruzadas sobre uma manta, no colo, 

Quando o infinito habita o olhar de quem 

Se divorciou da esperança e a cura chega 

Quando se aceitam os momentos de solidão...


O derradeiro acalento remexe as brasas, 

Persistindo em ainda sonhar com o aconchego.

No pó que flutua em frente à janela,

Os braços se envolvem mitigando a dor da solidão.

Não há sons, sequer se ouvem ruídos das ruas. 

O tempo se mira no espelho 

Com o gosto do que escapa por entre os dedos, 

A sensação de que se perdeu 

A oportunidade de acreditar em um novo alvorecer…

(Com imagem gerada pela IA Gemini)

sábado, 19 de julho de 2025

Operação Cavalo de Tróia, de J. J. Benítez

Leituras e lembranças:

A série "Operação Cavalo de Tróia", do espanhol J.J. Benítez, é uma das mais controversas e populares obras que misturam ficção científica, esoterismo e teologia. Composta por diversos volumes (eu conhecia nove, mas o Gemini informa que, atualmente, são 12, com o 13º anunciado), a saga se apresenta como a transcrição de diários secretos de um major da Força Aérea dos EUA que teria participado de uma missão ultrassecreta.

O governo dos Estados Unidos, em parceria com uma equipe científica, desenvolveu uma tecnologia capaz de realizar viagens no tempo. O objetivo da missão, batizada de "Operação Cavalo de Tróia", não é alterar o passado, mas sim obter informações precisas sobre a figura de Jesus de Nazaré. Para isso, um astronauta/piloto militar, referido como Major Jasão (o narrador dos diários), é enviado a diferentes momentos da Palestina do século I, com foco principal nos últimos anos da vida de Jesus.

O cerne da obra é a apresentação de uma visão de Jesus que difere significativamente dos relatos bíblicos tradicionais e dogmas religiosos. Benítez descreve um Jesus mais humano, com emoções intensas, humor e até mesmo momentos de vulnerabilidade. O autor frequentemente enfatiza a mensagem de amor incondicional e a liberdade de Jesus, em contraste com as instituições e tradições da época.

Um dos pontos fortes da série - que cativa muitos leitores - é a minuciosa descrição da Palestina do século I. Benítez (através de Jasão) explora a geografia, a cultura, os costumes, a política e a vida cotidiana da época. As descrições são ricas em detalhes sensoriais, transportando o leitor para aquele período. Isso se deve à extensa pesquisa que o autor afirma ter realizado para construir o cenário.

Além da figura de Jesus, Benítez incorpora elementos de ufologia, espiritualidade, reencarnação e outros temas esotéricos, especialmente nos volumes posteriores. Isso amplia o escopo da série para além da história de Jesus, conectando-a a uma visão que pretende ser mais ampla do universo e da existência.

"Operação Cavalo de Tróia" desafia concepções tradicionais sobre a história e a figura de Jesus. Seus méritos estão na capacidade de imergir o leitor na Palestina do primeiro século  e apresentar uma visão "alternativa" de Jesus. No entanto, é crucial abordá-la como ficção especulativa (mesmo que o autor defenda o contrário), para evitar confusões com a história ou a teologia. A série continua a cativar um grande número de leitores, provocando impacto no imaginário popular. (Com pesquisa e ilustração da IA Gemini)

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Novos tempos, velhos problemas

Artigo da semana:

“Ressignificar” é uma palavra poderosa. Uma amiga gosta muito de usá-la em seus textos. E passei a olhar de uma forma diferente para ela. Não é o mesmo que “narrativa”, que já vem eivada de nuances ideológicas, capaz de suportar mais significados do que aquele que lhe é dado pelo dicionário, ou pelo entendimento dos estudiosos. As próprias palavras carregam seu peso de significados (sim, no plural) conforme o seu uso, a ocasião e a história de quem constrói o próprio modo de fala (o seu discurso).

Só para refrescar a memória. Tem-se um “ressignificar” quando se faz a junção do prefixo “re-”, que indica repetição ou algo de novo, com o verbo “significar”. Portanto, é, essencialmente, atribuir um novo sentido a algo. |Um processo de transformação que envolve a atribuição de diferentes acepções, buscando a superação de padrões antigos e a construção de novos entendimentos sobre a realidade. Pode parecer meio complicado, mas não tem importância, são coisas da língua portuguesa…

Hoje, uma das áreas em que se faz presente é, exatamente, a da comunicação social, especialmente pelos meios de comunicação convencionais, como rádio, televisão, jornal e cinema. A dinâmica das novas mídias fez o que não se previa no final do século XX: a reformulação da forma como estão presente na vida das pessoas. Para quem lembra do radinho de pilha, por exemplo, ele foi substituído pelo celular, que oferece uma gama de serviços, incluindo as rádios comerciais e institucionais.

Emissoras que se ressignificam precisam investir em novas tecnologias e parear conteúdos em variadas plataformas. Exigindo muitos (e bons) investimentos técnicos e adequação profissional. Voltou-se ao caso das emissoras de rádio, hoje, utilizando de recursos de texto e imagem, que possibilitam enriquecer o seu tradicional conteúdo de áudio. Com uma rica gama de opções, infelizmente, em muitos casos, virou apenas um veículo de rádio que também se assiste na tela.

Ressignificar… Num tempo em que meios de comunicação optam por pautas pobres, especialmente de polícia e escândalos, cria-se um desafio.A pressa da informação não significa a velocidade do conhecimento. Uma enxurrada de notícias não significa alguém bem informado. Mesmo que nem todos a entendam, resta o entretenimento e a vulgaridade desgastando o sentido da cidadania. Comprova que novos recursos nem sempre melhoram a vida. Às vezes, apenas disfarçam velhos problemas…

domingo, 13 de julho de 2025

Tu és o meu sonho

Simplesmente assim:


Tu és o meu sonho e a minha realidade.

Não importa quantos anos tens,

O tempo que convivi contigo,

O quanto fomos próximos ou distantes.

Foi te ouvindo, me deixando cativar,

Que entendi:

Sempre precisei ter aqueles

Que amei na mira da minha esperança.

Envolto por carinho que se tornou

O abrigo seguro onde ancorei meu coração,

Sôfrego por tua disponibilidade e compreensão.

 

Não entendi quando o teu silêncio

Ajustou o manto protetor sobre a minha inexperiência.

Sabias que o meu mundo se contorcia em expectativas.

Colocavas em possibilidades as minhas certezas,

Que não resistiam à tua ternura.

Cada gesto teu, cada palavra, transbordavam a vida em que

Os obstáculos se transformaram em oportunidades.

Mesmo assim, não impediste que eu também os enfrentasse,

Sabendo que eu iria definhar se fosse por demais protegido.

Tua presença foi um final feliz, quando mergulhei 

No aconchego que somente encontrei à sombra do teu olhar...

(Com imagem gerada pela IA Gemini)